A baixa auto estima, é uma das posturas que mais tem reflexo das feridas da criança, pois pode indicar a falta de atenção ou a necessidade de agradar a todo custo, postura essa que vivenciamos quando criança.
As feridas emocionais que não foram curadas e que ainda assombram a nossa criança interior, refletem em nossa vida adulta através d posturas ou traumas (e muitos de forma inconsciente).
A baixa auto estima é uma delas, que mais tem reflexo das feridas da criança, pois pode indicar a falta de atenção ou a necessidade de agradar a todo custo, que vivenciamos no passado quando criança.
Lembrar sempre: a criança que fomos um dia, ainda permanece em nós, e sempre influenciará em nossa vida. Se ignorarmos ou não querermos cuidar dessa criança interior, isso nos trará desequilíbrios, mágoas e infelicidade.
Lembrar também que você não tem consciência (não faz contato racional) desta criança, pois você se vê adulto; por isso, é bem difícil você conversar com esta criança; você olha para dentro de si e se pergunta: "onde está essa criança? pois olho para mim e só me vejo adulto"!
Mas, existe sim uma forma de encontrar e conversar com esta criança e, já nos primeiros passos, você consegue reencontrar sua essência, trazendo mais leveza na vida. Para facilitar esse contato inicial, pode pegar uma fotografia sua quando criança que você goste.
Exercício: Olhe para essa criança e comece a dialogar com ela: "Olá, (diga seu nome), eu sou a (repita seu nome) adulta. Eu cresci, como você está vendo. Mas, eu não esqueci de você! lembro das coisas que você vivenciou na sua vida. Olhando para você agora, eu me recordo de alguns episódios que eu gostaria de conversar contigo". Então, o exercício é:
1- Olhar a fotografia 2- Apresentar-se 3- Conversar 4- Relacionar o máximo de situações de sofrimento, rejeições sofridas, abandono (voz alta) 5- Extravasar (choro), sentir as emoções daquelas lembranças 6- Pausar (horas/dias) 7- Voltar a conversar com a criança (diálogo amistoso, afetuoso, amoroso ("Olá, estava com saudade de você. Depois da nossa última conversa, vi o quanto você sofreu. Mas, você foi guerreiro, sobreviveu. É forte. Hoje quero falar com você sobre algumas alegrias"). 8- Relacionar o máximo de situações agradáveis da infância 9- Sentir a emoção daquela alegria 10- Finalizar o diálogo com este pensamento/afirmação: "Aquelas situações de sofrimento/abandono/rejeição já passou. Hoje, guarde apenas estes bons momentos, estas alegrias, estes sentimentos. É com estes sentimentos bons que você vai viver a partir de hoje".
Este processo não se faz todo na mesma hora, pois o passo de apresentação pode ser feito num dia, a etapa de relacionar as dores, as ofensas, as rejeições, as violências físicas ou morais, tudo isso vai vindo aos poucos e pode demorar dias. E a cada lembrança, é importante vivenciar, chorar, sentir aquelas emoções. Todas estas situações devem ser relacionadas em papel. A cada momento em que vai se concentrar para fazer o exercício, vai listar uma situação, sentir aquela dor. A lembrança vem vindo à tona aos poucos. Exemplo: a perda do pai. Concentre-se na partida dele, sinta a dor daquela época quando criança, a saudade. Vá listando e, quando sentir que não há mais lembranças d sofrimento, passa para a fase seguinte que é a de lembrar as alegrias com esse pai: Quando foi elogiada por ele? quando brincaram juntos? quando viajaram? E assim segue nas demais lembranças, quando fez algo que o deixou feliz, quando recebeu elogios da professora, quando recebeu um carinho, um afago, um olhar. Lembre do momento e fixe naquela imagem. Escreva o que você sentiu.
No dia final, faça uma "fogueira". Queime a lista de sofrimentos do passo 4; intencione que tudo aquilo já passou, você compreendeu que aquelas pessoas que te feriram quando criança (converse sempre na terceira pessoa com aquela criança), explique a ela que você está destruindo aquelas lembranças tristes, sofridas, juntamente com todas as energias agregadas a elas. Queime então. Sinta-se leve e feliz por unir aquela criança com a(o) nova(o) adulta(o). Unam-se alegre e amorosamente. Pegue a lista das alegrias e apresente a ela, leia para ela. Diga aquela criança que "a partir de hoje, você (dia seu nome) adulta, cuidará dela, a amará, para que ninguém a machuque mais, para ninguém a desrespeite mais. Você está lá, para amá-la, protegê-la. Ela tem coisas lindas e boas dentro dela e você (seu nome) adulta, vai honrar e amar todas as qualidades e defeitos dela".
Sugestão de leitura: Acolhendo sua criança interior - Uma abordagem inovadora para curar as feridas da infância de Stefanie Stahl