O que quero dizer quando uso a palavra ‘dimensão’ para, num sentido figurado, expressar um aspecto significativo do pensamento, da nossa realidade. Cada ser (e isso é obvio e muito clichê, eu sei, mas desculpe-me, não há outro jeito), precisa descobrir por si mesmo a sua direção, quais as dimensões que precisa interagir para alcançar seu bem-estar.
Felizmente, com a evolução da comunicação, há muitos exemplos disponíveis que vão nos auxiliando, nos dando ‘pistas’ de como chegar lá. Veja comigo, como aconteceu. Eu precisei me realizar (uso a palavra realizar por não encontrar outra que melhor expresse meu sentir) na dimensão espiritual para encontrar a harmonia (que você pode traduzir por alegria ou quem sabe, paz). Todavia, não apenas conhecendo e interagindo com a minha espiritualidade que encontrei tal ‘sossego’, mas sim e, principalmente, nos momentos de maior angústia e/ou dificuldade, pois obtive ali, meu maior suporte emocional. Até mesmo quando muitos (que talvez devessem ter a responsabilidade de) falharam.
Uma outra dimensão que trouxe o bem estar (ou saúde, se preferir), foi no âmbito da reeducação alimentar. No entendimento de que, aquele alimento não estava apenas saciando uma carência (no caso, a fome), mas sim, nutrindo um organismo vivo (no caso, meu corpo). Após esta compreensão, você não vai mais querer se envenenar, certo? Ou, se vai, tem plena consciência do que está ingerindo e o faz conscientemente (deixa de ser autômato, que sacia a carência – gula - sem conhecimento das consequências). Melhor dizendo, você deixa de ser irresponsável com sua saúde ou sua doença. Pode até “jacar”, falando a linguagem fitness, mas assume isso de bom grado.
E o que mais? Depois quis me harmonizar com minha imagem. Aquela imagem que via refletida no espelho. Queria me reconhecer nela e gostar do que via. Queria me apaixonar por mim mesma. Para isso, busquei transformar o que achava que devia, aprender sobre produtos, maquiagem, estilos, exercícios para o corpo... enfim, tudo que estivesse relacionado a imagem projetada. Entretanto, bom ressaltar algo imprescindível e um dos mais importantes: aquilo que não podia ser mudado, eu resolvi amar. Exemplo? Minha idade, minhas rugas, a flacidez da pele... Houve então um processo de des(re)construção, conhecimento e aceitação para se chegar no auto amor.
Além destas dimensões, há outra também importante, que designei como a dimensão mental. Sei que poderia expandi-la e denominá-la talvez, como ‘dimensão psicológica’, mas não pretendo – e nem posso – me aprofundar num assunto tão complexo neste momento, delimitando muito bem a área que gostaria de conhecer, identificar e dominar: meus pensamentos. Tendo plena consciência de que, quando uso o termo ‘dominar’, o estou fazendo de forma errônea (no sentido de se opor a verdade). Assim, o cuidado com a mente e seus pensamentos, o conhecimento do poder criativo da mente (no sentido literal da palavra), tanto para o bem (para me privilegiar), quanto para o mal (para me impedir de realizar algo). Ler, estudar, envolver-se e, principalmente, (re)conhecer meus pensamentos, foi a chave que abriu um porão repleto de egos a tratar.
Há uma outra dimensão, que para mim está atrelada a espiritual, que é a dimensão da afetividade. Porque menciono que uma está ligada a outra: para mim, não há vida espiritual sem amor. Tudo o que faço na dimensão espiritual está unido ao amor (ou seja, não entro em batalhas, não compro brigas, não destruo, não quero o gosto do sangue). Então, quando vou falar da afetividade na vida terrena, na vida diária, vou falar do meu auto amor, do amor nas relações afetivas, do amor nas relações de amizade, do amor nas relações de trabalho. Vivenciar a afetividade nos atos e nas palavras é uma das dimensões mais difíceis de se realizar, pois você está sendo constantemente desafiado para ser vencido: pelo seu companheiro, pelos seus familiares, pelos seus colegas de trabalho, pelo motorista no transito, pelos seus amigos, por desconhecidos... enfim, é incontável o numero de pessoas que estão a sua volta te desafiando a ser desamoroso. E você, se não se perceber, estará lá como aquele autômato, comendo (se envenenando, lembra?) o que vê pela frente ou, deixando sua mente vagar (e criar, lembra?) pelas sombras, sendo grosseiro, tosco, bárbaro, instintivo, descortês, rude, ignorante, incivil, áspero, com quem? Com sua mulher, seu marido, sua mãe, seu irmão, sua filha, seu colega, seu chefe... em síntese, com as suas relações.
Ainda necessito incluir uma ultima dimensão, a do ambiente. E aqui serei bem abrangente também (qual não foi? risos), pois além do ambiente físico em que vivo ou que trabalhe, abranjo a cidade, o pais, o planeta. Explico: Se me perguntarem “se gosto de tal cidade”, minha resposta será: “eu gosto de qualquer lugar, pois quem a faz ficar agradável sou eu”. Assim, não caracterizo ou generalizo os locais como ‘cidade de idosos’, ‘cidade de ignorantes’, ‘cidade de mal educados’; Tirando questões de clima (gosto pessoal), trânsito e segurança (qualidade de vida), todas as cidades guardam seus charmes, ruazinhas e locais agradáveis, bons shows e espetáculos (nem que sejam naturais, como um lindo por (ou amanhecer) do sol. Em todos os lugares há pessoas com sorrisos, amáveis, acolhedoras... basta que você tenha disposição para buscar e ‘olhos’ para ver!
Pois bem, para finalizar, mas ainda dentro desta dimensão, o ambiente onde você mora e trabalha merece seu melhor também. Aqui talvez pudesse trazer algo do Feng Shui e dai nem precisaria expandir o assunto, mas quero ressaltar que, a harmonia da vida para mim, está correlacionada a harmonia do ambiente físico (por que lá atrás já falamos da espiritual, lembra?). E esta harmonia inclui, além da organização e limpeza, o não desperdício, o não acúmulo, a não permanência de aparelhos quebrados ou defeituosos, os objetos obsoletos e não usados, as roupas sem serventia ou em excesso, as gavetas entulhadas de papeis e objetos. Em suma, a desorganização do seu espaço de convivência ou de trabalho. Da mesma forma que você se sente feliz e satisfeito olhando para sua imagem no espelho, a mesma sensação deverias ter quando olhasse para sua casa! Para a imagem do local onde você escolheu viver ou trabalhar. Qualquer desordem produzirá emoções negativas, qualquer objeto não utilizado acumulará energias nocivas, qualquer desasseio gerará forças contrárias equivalentes.
Desta forma, fiz breve explanação das cinco dimensões que importam na minha vida (como falei, cada ser faz seu caminho, mapeia suas dimensões), como se fossem ‘pilares’ e que, logicamente, se desdobram em muitos outros temas que estão sendo desvendados, conhecidos, tratados, quebrados, construídos... para assim dar um verdadeiro sentido na vida.
Claro, você pode incluir muitos outros, como por exemplo, a dimensão profissional, financeira, etc. Você pode mapear o que seja essencial você se perceber. A proposta é esta mesmo. Que você possa aos poucos descobrir as dimensões, os caminhos que você deve traçar para sua vida ficar de pé, para sua vida ser uma vida interessante, instigante, harmônica, feliz! Ou seja, para que sua vida tenha algum sentido que seja maior do que apenas viver maquinalmente ou de forma vazia, tão sem propósitos. Não sei, você que vai descobrir as suas dimensões, fazer seu mapa e começar a caminhar em direção a sua realização pessoal! O que não vale é colocar a culpa no outro, ok? Lembre-se, regra de ouro: é com você! Sempre é você com você, nunca com o outro, esta bem? Boa Sorte!